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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Dança de São Gonçalo



Origem e sua caracteristicas
A Dança de São Gonçalo tem origem portuguesa. Era antigamente realizada no interior das igrejas de São Gonçalo, festejado a 10 de janeiro, data de sua morte em 1259. Realizada em Portugal desde o Século XIII, chegou ao Brasil em princípios do Século XVIII, com os fiéis do santo de Amarante. Na cidade do Porto, em Portugal, o ato de se dançar nas ocasiões de comemoração a São Gonçalo era chamado de Festa das Regateiras. Ocasião em que participavam as mulheres que queriam se casar. A dança era realizada dentro da igreja, o que nos remete à Idade Média e Moderna em Portugal. No início do Século XIX, a dança foi proibida no interior das igrejas e passou a realizar-se em galpões improvisados ou até nas casas dos devotos e dançarinos.  Inicialmente, a dança tinha um caráter erótico, que com o tempo foi desaparecendo, permanecendo apenas o aspecto religioso. A coreografia varia de acordo com a região, mas em geral a dança é organizada em filas opostas (uma de homens, outra de mulheres), puxadas pelo guia e pela contra guia. Tudo acontece diante do altar com a imagem do santo e os músicos (viola, rabeca, etc.) são apenas os homens. A dança consta de dez jornadas-séries de versos cantados sem interrupção e com a mesma música.

 O santo e a Dança.
São Gonçalo é um santo português com culto permitido pelo papa Júlio III em 24 de abril de 1551. Nascido em Tagilde no ano de 1187. Pregou e operou supostos milagres por todo o norte de Portugal. Sobre o rio Tâmega construiu uma ponte. São Gonçalo morreu no dia 10 de janeiro de 1259 em Amarante, no Douro, à margem direita do rio Tâmega, em Portugal. O rei de Portugal D. João III, um grande devoto, foi um dos primeiros a empenhar-se para a beatificação de São Gonçalo em Roma. Após sua morte, passou a ser protetor dos violeiros, remédio contra as enchentes e para os seus devotos, santo casamenteiro. Em Portugal a sua festa é realizada em Amarante, no dia 7 de Junho e dedicam-lhe uma semana de festejos, com procissões, bandas de música, folguedos populares, etc. Trazida para o Brasil pelos colonizadores, difundiu-se por quase todo o país. No Brasil, atualmente não há dia determinado; aliás, não fazem mais festas, romarias para o santo (outrora 10 de janeiro) somente oferecem-lhe uma dança e reza, cerimônia que ocorre sempre que alguém lhe tenha feito promessa e alcançado uma graça. Em alguns locais o Santo (Imagem) é representado da forma Católica, ou seja, com a ausência da viola, no entanto as imagens do Santo destinadas para o culto popular através da Dança de São Gonçalo.  O primeiro registro de uma festa de São Gonçalo na Bahia foi feito em 1718, na cidade de Salvador, pelo viajante francês Gentil de La Barbinais. A festa aconteceu na antiga igreja de São Gonçalo, no atual bairro da Federação, e reuniu o então Vice-Rei Marquês de Angeja, padres, fidalgos, mulheres e escravos que dançavam com tamanha intensidade que "faziam vibrar a nave da igreja". Aos gritos de "Viva São Gonçalo do Amarante", os bailarinos pegaram a imagem do santo e "começaram a jogá-la para o alto, de um para o outro...", escreveu o escandalizado viajante. A dança hoje é organizada em pagamento de promessa devida a São Gonçalo. O promesseiro é quem organiza a função, administrando todo o processo necessário à realização deste ritual. É realizada dentro de casa ou em local coberto, onde se arma um altar com a imagem deste santo e outros de devoção do promesseiro. Em frente a este altar é que se desenvolve toda a dança. Os dançarinos se organizam em duas fileiras, uma de homens e outra de mulheres, voltadas para o altar. Cada fileira é encabeçada por dois violeiros, mestre e contramestre, que dirigem todo o ritual. A dança é dividida em partes chamadas “volta”. Entre cada “volta” há interrupção e todos aproveitam para se servir das iguarias oferecidas pelo promesseiro. As “voltas” são desenvolvidas com os violeiros cantando, a duas vozes, loas a São Gonçalo, enquanto dançarinos, sapateando na fileira em ritmo sincopado, dirigem-se em dupla até o altar, beijam o santo, fazem genuflexão e saem sem dar as costas para o altar, ocupando os últimos lugares de suas fileiras. Cada volta pode durar de 40 minutos a 2 ou 3 horas, dependendo do número de dançadores. Na última “volta” forma-se uma roda onde o promesseiro dança carregando imagem do santo, retirando-a do altar. Se houver mais de um pagador de promessa e mais de uma imagem, todos os promesseiros carregam simultaneamente as imagens. No caso de haver apenas uma imagem para vários promesseiros, o santo vai passando de mão em mão, enquanto os demais dançarinos agitam lenços brancos.
Nas Regiões.
Pode ser encontrada em diversos estados do Brasil, com características próprias em cada região. No Paraná, as “voltas” recebem nomes especiais, como “despontam”, “marca-passo”, “parafuso”, “confissão” e “casamento” e é dançada em duas fileiras, uma de homens e outra de mulheres. Em Minas Gerais é considerada dança de votos de solteironas que desejam se casar. A dança é desenvolvida por dez ou doze pares de moças, todas vestidas de branco, cada uma delas levando um grande arco de arame recoberto de papel de seda branco franjado. O movimento das rodas é ordenado pelo “marcante”, única figura masculina presente. Acompanhada pela música executa em viola, sanfona e caixa, a coreografia consta de evoluções com os arcos. As Rodas de São Gonçalo de Amarante acontecem durante a Festa de Nossa Senhora do Rosário. Participam desta dança igualmente, as moças casadouras da cidade, que em pares e vestidas de branco empunham um arco ornamentado de flores e fitas. Após a missa matinal, as moças saem da igreja pelas ruas em cortejo, cantando loas ao santo casamenteiro, acompanhadas de músicos tocando violas, rabecas, violões e pandeiros. A dança se estende pela noite, defronte das igrejas ornamentadas com arcos de flores, iluminados por velas acesas. Em Alagoas a dança incorpora elementos litúrgicos e as moças novamente, vestem-se inteiramente de branco. Formam duas colunas com seis pares que dançam acompanhadas pelos tocadores. Em Pernambuco as moças vestem-se com saias azuis e blusas brancas. Na Bahia a indumentária é livre. Em Sergipe a tradição tem a referência do padre português que introduziu a dança como pretexto para atrair os infiéis à igreja, catequizando-os e incutindo-lhes a prática do casamento. O grupo é conduzido por um "mestre" tocador de viola, um "contramestre" que toca a "meia-cuia" e dois guias. A dança é executada em nove rodas, divididas em treze partes apresentando coreografias diferenciadas. A indumentária é livre. No município de Laranjeiras em Sergipe, no povoado de Mussuca, essa dança é executada somente por homens (negros em sua maioria). A única mulher presente não tem papel ativo (carrega o santo). As danças ou rodas de São Gonçalo podem ser encontradas ainda hoje nos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Piauí, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Não há sites, nem pesquisas que comprovem a predominância dessa dança em algum estado.
As Lendas.
Conta à lenda que São Gonçalo reunia em Amarante, Portugal, várias mulheres que durante uma semana dançavam até a exaustão. O objetivo do santo era extenuar as mulheres para que no Domingo, dia do Senhor, elas ficassem em repouso e isentas de pecado. A lenda conta ainda que o santo tocava viola para as mulheres dançarem. Existe outra lenda que diz: a mulher que tocar com alguma parte do corpo o túmulo do santo, em Portugal, terá casamento garantido dentro de, no máximo, um ano.

Referencias:





Escola: E.E.E.P. Maria Célia Pinheiro Falcão.
Professora: Érika Maria Moreira Bessa.
Turma: 1º ano A                  Curso: Administração.
Grupo: Ana Beatriz                                    Nº: 03
            Angelita Geisa                                Nº: 04
            Antonio Francisco                          Nº: 06
            Antonio Victor                                 Nº: 07
            Davi Euclides                                  Nº: 12
Francisco Ramon                          
Hemerson Silveira                          Nº: 18
Kildery Aquino                               
Lara Diógenes                                Nº: 24
Larissa Figueredo                         
Mateus Rocha                                 Nº: 33



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